O hipogonadismo é definido como a deficiência da produção de testosterona nos homens, associada a sinais e sintomas clínicos e a deficiência na produção de espermatozoides. O hipogonadismo pode ser decorrente de doenças nos testículos ou na glândula hipófise, que ocorrem em qualquer idade, mas pode ser consequência do envelhecimento, da obesidade ou mesmo do uso de alguns medicamentos. A partir dos 30 anos de idade, ocorre uma lenta e gradual diminuição dos níveis de testosterona (principal hormônio masculino). Com o envelhecimento, pode ser desencadeado o hipogonadismo em até 20% dos homens.
Sintomas
Se o hipogonadismo ocorre na infância, teremos um atraso no desenvolvimento dos caracteres sexuais nos meninos. Já na vida adulta, as principais queixas se caracterizam pela diminuição do desejo sexual, dificuldades de ereção, irritabilidade, aumento da gordura abdominal, diminuição da ereção matinal, diminuição da massa e força musculares, reduzindo a disposição para a realização de atividade física. A presença desses sintomas, acompanhada da redução dos níveis de testosterona no sangue, caracteriza o hipogonadismo masculino. A dosagem da testosterona deve ser realizada entre sete e 10 horas da manhã e repetida pelo menos uma vez, para ter maior precisão no diagnóstico.
O aumento da gordura abdominal e a resistência à insulina levam a um maior risco de desenvolvimento de diabetes mellitus e doenças cardiovasculares assim como a redução dos níveis de testosterona. Cerca de 30% dos pacientes com diabetes e 25% dos homens com obesidade apresentam níveis de testosterona baixos. A perda de peso pode restaurar os níveis de testosterona ao normal, caso não haja alguma doença no testículo ou hipófise como causa do hipogonadismo.
Após o diagnóstico de hipogonadismo, o médico irá avaliar a causa e assim poderá avaliar qual o melhor tratamento para cada caso.
Tratamento
Para os homens com hipogonadismo funcional (relacionado à obesidade), a perda de peso pode fazer com que os níveis de testosterona retornem ao normal, sem necessidade de outros tratamentos.
Em alguns casos é necessário a reposição da testosterona em doses fisiológicas, após descartadas outras causas de hipogonadismo secundário, como hiperprolactinemia e tumores.
A prescrição deve ser individualizada e restrita para homens a quem as indicações clínicas e laboratoriais se façam necessárias.
O toque retal e o exame PSA são obrigatórios antes de se iniciar o tratamento. Como todo medicamento, podem acontecer alguns eventos adversos e o tratamento exige monitoração cuidadosa, que deverá ser realizada pelo endocrinologista.